Selvagem qual burgre nú:
Banhada pelo Iguassú
A beira dele nascestes,
Linda cabocla indolente
A dormir em mata ingente,
Entre colinas crescestes!
Como creança da roça,
Foi teu berço uma palhoça
Erigida em ferteis zonas,
Foi teu primeiro luzeiro,
o vaporzinho CRUZEIRO
Do Coronel Amazonas!
Qual cordilheira dos Andes
Vasada em cadinhos grandes
Cogitavas inativa!
Então ribombou por tudo
Assim como um grito agudo,
A voz da locomotiva.
"Do ventre a soltar fumaça
Ei-la ligeira que passa
Do Estado na maior ponte:
É o progresso nos trilhos
Em procura de outros brilhos
De cintilante horizonte!
"Eis a cabocla bendita
Agora, rica e bonita
De pé, no banco da gloria
Cercada de lindas flôres
A som de cantos de amores,
Eis a UNIÃO DA VITORIA!"
Serapião do Nascimento
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